12 de maio de 2009

O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá



O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá

Hoje fomos à Biblioteca Municipal de Loulé assistir a uma peça de Teatro:«O gato malhado e a andorinha Sinhá». Deixamo-vos um pequeno reconto da história de Jorge Amado.


Esta fábula dos tempos modernos conta a história de amor entre um gato, uma criatura feia, egoísta e solitária, e uma bela e gentil andorinha.

Com a duração de três estações, o improvável romance entre as duas criaturas das «profundas do passado quando os bichos falavam» sobrevive às críticas sociais, à diferença de idades e às diferenças de carácter de cada um, mas… «uma andorinha não pode, jamais, casar com um gato».
A paixão entre os dois animais é uma narrativa que a Manhã contou ao Tempo.



Este prometera-lhe uma rosa azul se a história que ela lhe contasse fosse boa.


A Manhã narrou-lhe uma história que ouviu ao Vento que andava perdido de amores por ela.
Assim, a história de amor do Gato Malhado e da Andorinha é contada pelo Vento, chegando, entretanto, aos ouvidos do narrador.



Este último narra-nos o desenrolar dessa paixão através da intensidade das conversas entre estas personagens e dos seus longos passeios.
O Gato Malhado era um gato já velho, mal-humorado e muito mau.



Um dia, todos os animais do parque fugiram do gato, mas uma jovem e bela andorinha permaneceu num ramo de uma árvore. Discutiram, mas, a partir daí, só pensavam um no outro.


Uma manhã, depois de muito esperar que a andorinha viesse pousar num galho da árvore por cima dele, desiludido pela ausência da amada, decidiu ir-se embora.


Foi caminhando pelo parque e, quase sem dar por isso, chegou a casa da Andorinha.


Passaram, então, a encontrar-se todos os dias para passear e conversar.
Foi-se a Primavera e já no fim do Verão, o Gato disse à Andorinha que, se não fosse um gato, a pediria em casamento.



A andorinha ficou calada, voou rente ao gato e tocou-lhe de leve com a asa esquerda, depois ganhou altura e olhou-o de longe.


No parque, corria o rumor que a Andorinha namorava com o Gato e todos os animais os criticavam.
Foi no terceiro dia de Outono que o Gato recebeu uma carta triste da Andorinha que dizia “Uma andorinha não pode jamais casar com um gato”.



E no último dia de Outono, depois de terem percorrido “todos os lugares que haviam aprendido a amar na Primavera e no Verão”, quando a noite chegou, a andorinha disse ao gato que ia casar-se com o Rouxinol e partiu sem olhar para trás. Desde então, o Gato Malhado passou a andar triste e sozinho.
No Inverno, o Rouxinol e a Andorinha Sinhá casaram-se e foi tanta a tristeza do Gato Malhado, que ele decidiu caminhar até ao Fim do Mundo.



Foi a última vez que se viram.


A Andorinha deixou cair uma pétala de rosa sobre o Gato e ele colocou-a no peito, parecia uma gota de sangue.
A história tem um desfecho triste, mas termina com a Manhã a ganhar a rosa azul prometida no início da história pelo Tempo.


Gostámos muito!!!!